Você possui o hábito de ler as informações dos rótulos nutricionais? Você observa a lista de ingredientes antes de colocar um produto no carrinho?
A regulamentação da tabela nutricional através da resolução 360/2003 da Anvisa, serviu para instruir o consumidor a respeito da composição dos alimentos, juntamente com a quantidade de cada nutriente que compõe aquele alimento.
Além disso, indica também o quanto isso influencia na IDR (ingestão diária recomendada).
A tabela nutricional geralmente fica na parte de trás das embalagens e sua letra ainda é bem pequena. Mas, isso não quer dizer que ela não é importante. Suas informações mostram se o alimento descrito é realmente saudável ou não.
Por exemplo: se um pacote de bolacha diz na embalagem que possui grãos ou farinha integral, mas o primeiro alimento da lista de ingredientes é farinha de trigo branca e açúcar, esse alimento não é integral. Isso só pode ser visto no verso da embalagem.
Ou por exemplo, se o alimento diz que é adoçado com estévia, mas na lista de ingredientes contém outros edulcorantes artificiais, isso só será observado na tabela nutricional.
AFINAL, COMO LER UMA TABELA NUTRICIONAL?
Para que a leitura fosse a mais clara possível, a ANVISA regulamentou que os elementos descritos fossem padronizados. Isto é, a tabela nutricional é dividida em três partes.
Mas, o que cada parte significa? Veja a seguir:
Porção
Na parte da porção, podemos observar a quantidade que deve ser consumida por dia daquele determinado alimento, para que a alimentação seja saudável.
Principais nutrientes presentes na tabela nutricional
Calorias ou Valor energético
O valor energético do alimento é o que geralmente chama mais atenção de quem consome. Ele é o primeiro item a aparecer na tabela nutricional. A caloria provém dos macronutrientes (proteínas, carboidratos e lipídios) e é a partir disso que o nosso corpo produz energia.
É importante entender e ler a tabela nutricional para analisar corretamente de onde essas calorias estão vindo. Não fique preso somente ao valor energético dos alimentos.
Carboidratos
A principal função desse macronutriente é promover energia para o funcionamento das funções vitais do nosso corpo. A quantidade correta de carboidratos ingeridos ao dia, diminui o uso de proteínas para o fornecimento de energia, fazendo com que ela seja utilizada em outras funções.
Proteínas
As proteínas podem ser tanto de origem animal quanto de origem vegetal. Elas auxiliam a formação de enzimas e hormônios, dão estruturas na formação de células, tecidos e órgãos do corpo. As proteínas fazem parte de cerca de 17% da formação do nosso corpo.
Gorduras totais
As gorduras também fornecem energia ao nosso corpo. Além disso, elas auxiliam na absorção de algumas vitaminas como A, D, E e K. Participam da composição do nosso cérebro também.
As gorduras totais fazem referência ao total de todos os tipos de gorduras presentes naquele alimento, incluindo as gorduras insaturadas, trans, saturadas e poli-insaturadas.
Gorduras saturadas
Nos alimentos de origem animal, são encontradas nos leites e derivados e nas carnes gordas. Já nos alimentos de origem vegetal, são encontradas em óleos como o de dendê e de coco.
Durante muitos anos, a gordura saturada foi tida como vilã para a saúde do coração. Mas, atualmente, baseado em alguns estudos, isso tem sido desconstruído.
Gorduras Trans
Esse é o pior tipo de gordura. Sua maior disposição está em produtos como cremes vegetais, margarinas, sorvetes, biscoitos, salgadinhos, alimentos fritos, pães e alimentos congelados. Esse consumo deve ser o mais reduzido possível. Nosso corpo não utiliza a gordura trans como um nutriente, ou seja, não acrescenta em nada na nossa saúde.
Fora que, ela aumenta o risco de problemas inflamatórios, contribuindo para a obesidade, hipertensão e infartos.
Fibra alimentar
Elas podem ser classificadas tanto em fibras solúveis como em fibras insolúveis. As fibras solúveis ajudam a evitar a formação e o acúmulo de gorduras no corpo, controlando a absorção dos carboidratos.
As fibras insolúveis não conseguem ser absorvidas pelo corpo, mas ajudam na manutenção da saúde do intestino e auxiliam o sistema digestivo também. Elas agem no intestino estimulando a eliminação do bolo fecal e absorvendo água.
Procure consumir alimentos em que a quantidade de fibras alimentares na %VD seja alta.
Sódio
O sódio é um componente que está presente em praticamente tudo que comemos, principalmente no sal de cozinha. Deve-se ter atenção ao seu consumo, pois o excesso pode causar hipertensão. Apesar disso, possui um papel essencial na hidratação das células do nosso corpo.
Vitaminas e minerais
As vitaminas e minerais são essenciais para o bom funcionamento do nosso organismo. As vitaminas C, B12 e D, assim como os minerais como ferro, cálcio, magnésio e fósforo são considerados micronutrientes.
Algumas pesquisas apontam que a deficiência de vitaminas e minerais em nosso corpo pode causar algumas doenças como obesidade, câncer, ataques cardíacos, AVC e doenças relacionadas ao sistema respiratório.
É essencial que a dieta seja a mais variada em micronutrientes possíveis. Evite alimentos com calorias vazias.
Outros nutrientes
Existem algumas substâncias que não se encaixam em macro ou micronutrientes, mas trazem benefícios ao nosso organismo e são acrescentados aos produtos, tais como:
Aminoácidos (lisina, glutamina, histidina, leucina, etc.)
Substâncias bioativas (luteína, cafeína, licopeno, coenzima Q10, astaxantina, etc.)
Enzimas (fitase, lactase, etc.)
Probióticos (lactobacillus)
Valor diário de referência (VD)
Nessa parte está a sugestão da quantidade recomendada diária para uma pessoa adulta e saudável, segundo a nutrição. Esses valores foram feitos pelo Ministério da Agricultura, partindo de alguns dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), ONU (Organização das Nações Unidas) para Agricultura a Alimentação e do Instituto de Medicina.
Conforme ditado pela Anvisa, alguns nutrientes são de declaração obrigatória e outros de declaração opcional. Os opcionais ficam a critério dos fabricantes de cada produto, mas todos devem entrar no valor de recomendação de ingestão diária (VD).
Lista de ingredientes
A partir da lista de ingredientes podemos ver o que realmente compõe o produto. Podemos enxergar quais os alimentos estão em maior abundância e se realmente o que está descrito na embalagem é verdadeiro.
Conforme a RDC 259/2002 da Anvisa, todos os alimentos com mais de um ingrediente em sua composição devem apresentar uma lista de ingredientes em sua embalagem.
Bom, como foi visto, é a partir da tabela nutricional que podemos identificar o que estamos consumindo. Se atente a isso, pois é importante para evitar qualquer tipo de problema relacionado à sua saúde futuramente.